O livro “Mais além do meu olhar” (Editora Recanto, 2001),
escrito pelo Espírito Luiz Sérgio e psicografado pela médium Irene Pacheco Machado,
tem uma descrição terrível desse local (o Vale dos Tatuados),
e uma crítica ferrenha e extremamente preconceituosa contra aqueles que voluntariamente marcam sua pele com tinta.
Como na Divina Comédia de Dante,
o autor – desta vez acompanhado não por apenas um guia,
mas por um pequeno grupo – passa pelos locais para onde são mandados os vários tipos de espíritos.Abismos horríveis, locais como verdadeiras prisões malcheirosas,
onde habitam espíritos deformados pelo mau-caráter e más ações. Locais para criminosos, estupradores, torturadores e molestadores de crianças,
homicidas, traficantes e psicopatas.
Tudo o que há de mais terrível e execrável no gênero humano.
Um homem que torturou e matou cerca de 40 crianças, e que ainda se ria disso.
Uma mulher que cometeu nada menos que 38 abortos quando encarnada,
e agora era castigada naquele local de trevas.
E, em meio a todos esses “infernos”, ele se deparam, no capítulo 6, com o tenebroso Vale dos Tatuados, local escuro e horrendo, cujos habitantes pagam pelo pecado de terem se tatuado em vida.
essas almas passam por terrivies tormentos, cujas tatuagens queimam como fogo e exalam uma incômoda fumaça escura.
Algumas mulheres são descritas com a aparência de verdadeiros demônios, cujas línguas, pesadas pelo excesso de piercings, chegavam até a altura do peito. Enquanto o grupo passava, elas diabolicamente mostravam as línguas e davam gargalhadas.
Em determinado momento,
provavelmente com a intenção de não parecer preconceituoso – o que deve ser inaceitável para um espírito realmente evoluído –
o autor questiona o seu guia a respeito daquele local reservado às pessoas que têm desenhos na pele, citando o fato de que existem tatuados com boas intenções.
É informado então que nem todos vão para lá, apenas os “comprometidos”.
Em seguida, chama a atenção para o fato de que ali não se encontram pessoas que fizeram tatuagens pequenas, a maioria tem boa parte do corpo tatuado.
A impressão que temos é de que o comprometimento da pessoa é proporcional à quantidade de tattoos que ela tem.
Muitas daquelas almas atormentadas, ainda que não admitissem, estavam arrependidas das tatuagens que fizeram durante suas vidas terrenas, e desejavam então se ver livres delas.
Algumas imploravam ao grupo dos “bons” que limpassem seus corpos, retirando a maldição, o sinal do mal. Mas um deles diz que “somente fazendo boas ações veremos apagadas todas essas estampas” (pág. 75). Neste trecho, fica explícita a intenção do autor de contrapor as boas ações ao fato de se ter tatuagens (no caso, a má ação). “Todos aqueles que estragaram sua roupa perispiritual terão de pagar ceitil por ceitil.” (pág. 74)
Continua....